A partir dos 30 anos, o ritmo natural do nosso corpo vai diminuindo gradativamente. Um dos resultados dessa queda é a facilidade de ganhar peso e acumular gordurinhas. Felizmente, existem maneiras de reverter esse quadro
por Rita Trevisan
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A contadora Elaine Perez, de 33 anos, sempre brigou com a balança. Com a proximidade dos 30, viu os ponteiros dispararem. Quando chegou aos 89 kg, despertou para a necessidade de adotar um estilo de vida mais saudável. Começou a treinar quatro vezes por semana numa academia, com um personal trainer, e mudou radicalmente a dieta. Hoje, um ano e meio depois, está 18 kg mais magra. "Como não fazia atividade física, não podia comer nada e já engordava. Hoje, percebo que a resposta do meu organismo para a queima de calorias é muito mais rápida. Até me permito cometer alguns pecados na dieta de vez em quando. Mas sem exagerar", brinca."A partir dos 35 anos, a perda de tecido muscular na mulher
pode chegar a
340 g por ano"
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O real papel da alimentação Tão importante quanto adotar uma rotina de exercícios é investir num cardápio balanceado no dia-a-dia. Com o corpo trabalhando contra você - mandando embora os músculos e recepcionando como convidadas de honra as gorduras -, o jeito é adotar uma postura ainda mais disciplinada à mesa. Isso significa fornecer o aporte de energia necessário de acordo com o seu gasto calórico, nem mais, nem menos. Mas não basta preocupar-se apenas com a quantidade. A qualidade do que se coloca no seu prato também é fundamental. O próprio carboidrato, atacado como um vilão nos programas de emagrecimento durante muito tempo, volta a ser reconhecido como um grupo alimentar essencial ao bom funcionamento do organismo. Só com uma quantidade mínima dele é possível garantir que o metabolismo continue funcionando num ritmo contínuo. Ele também fornece combustível para que o corpo realize todas as suas atividades bioquímicas e é imprescindível para a queima de gorduras. "O carboidrato é necessário para que a gordura seja decomposta e metabolizada e, conseqüentemente, o indivíduo emagreça", explica Saddi. Além disso, quando não o consumimos, nos sentimos mais cansados e o rendimento na atividade física diminui.
Mexa-se!
É impossível, na sua rotina agitada, separar um tempo para a atividade física regular? Pois isso não deve servir de desculpa para adotar um estilo de vida sedentário. Com pequenas mudanças no dia-a-dia, é possível aumentar o seu gasto energético total. Confira!*Fique em pé dez minutos diariamente em uma hora em que normalmente estaria sentada, e esse empurrão no metabolismo vai evitar que você ganhe 1 kg por ano.
* Desça do ônibus um ponto antes e ande quatro quarteirões até o seu trabalho e no retorno à sua casa, todos os dias. Você vai estimular o seu metabolismo e queimar 40 calorias. Faça isso durante um ano e eliminará até 3 kg.
* Suba dois lances de escadas em vez de tomar o elevador duas vezes por dia. Esse cuidado vai evitar que você ganhe, aproximadamente, 1 kg por ano.
* Dançar a noite inteira também é uma ótima pedida para quem quer perder peso. Aa cada 15 minutos no ritmo da música, cerca de 100 calorias vão embora!
* Leve seu cachorro para passear todos os dias e dê uma voltinha pelo bairro de no mínimo meia hora. Iisso vai evitar que você ganhe dois quilos por ano.
* Pular corda é um excelente exercício para despertar o seu metabolismo e fazê-lo trabalhar com mais ânimo. Aa cada 15 minutos de atividade, 200 calorias são queimadas.
FONTE: LIVRO ACELERE SEU METABOLISMO, DE LYSSIE LAKATOS E TAMMY SHAMES (ED. BEST-SELLER)
As proteínas também são fundamentais, especialmente porque fornecem matéria-prima para a construção e reparo dos músculos, essencial ao aumento da massa magra. Sem elas, mesmo um treinamento pesado não renderá os resultados esperados. A proteína tem ainda a vantagem de diminuir a velocidade da digestão dos carboidratos, o que resulta num prolongamento da sensação de saciedade e mesmo da ativação metabólica.
As gorduras - até elas! - possuem um papel importantíssimo no proo- cesso de obtenção de mússculos. Parece uma afirmação paradoxal? Para entendê- la, bassta saber que, na falta de um mínimo de gordura no organismo, o corpo passará a usar os músculos como um combustível allterrnativo para adquiirir a energia essencial aos seus processos vitais. Mais um argumento a favor das gorduras é o fato de que, quando associadas aos carboidratos, elas ajudam a estabilizar o nível de glicose no sangue, aumentando a sen- sação de saciedade.
Outros cuidados
Alguns deslizes, aparentemente inocentes, podem afetar a equação massa muscular x tecido adiposo, tão importante nesse processo. O hábito de pular refeições e passar muito tempo sem comer, por exemplo, pode funcionar como um sabotador do seu programa de emagrecimento. Isso porque, na ausência de um aporte energético - feito por meio das refeições regulares -, o organismo passa a funcionar num ritmo mais lento e começa a fazer reservas maiores, para o caso de uma emergência. "A verdade é que o nosso corpo foi preparado, desde as épocas mais primitivas, para armazenar energia. Isso porque o homem dependia dos frutos que colhia e dos animais que caçava para sobreviver. Ou seja, sua alimentação variava de acordo com as condições do ambiente e as oportunidades de obtenção de comida eram mais ou menos imprevisíveis. Hoje em dia, a oferta de alimentos é maior do que a nossa necessidade de consumi-los. Mas o corpo não sabe disso, e continua obedecendo ao mesmo mecanismo de reserva quando se sente ameaçado", explica o endocrinologista Pedro Saddi.
"Além de exercícios físicos, a dica dos especialistas para evitar o sobrepeso é adotar uma dieta moderada que combine carboidrato, proteína e gordura"
O resultado é que, ao menor sinal de falta de comida, o organismo trata de desacelerar o meetabolismo e tanto a queima dos depósitos de gordura quanto das calorias se dão de maneira mais lenta. Por isso aquela velha orientação de alimentar-se de três em três horas continua sendo muito válida. Mas é preciso prestar atenção nas quantidades, claro. "Os estudos comprovam que emagrece mais quem come mais vezes por dia" diz o endocrinologista.
O mesmo efeito rebote é provocado pela adoção de dietas restritivas, que prevêem um consumo diário que fica abaixo de 1.000 calorias. Além do mesmo efeito sobre o metabolismo, a falta de nutrientes pode fazer o corpo começar a queimar músculos para se abastecer. No fim das contas, os prejuízos - incluindo os males à saúde - não compensam os ganhos.
FOTOS: SHUTTERSTOCK E ARQUIVO PESSOAL
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