terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Suplemento de cálcio traz risco ao coração

Os suplementos de cálcio podem aumentar o risco de ataque cardíaco em mulheres idosas, sugere pesquisa da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, divulgadas nesta quarta-feira. Pesquisadores estudaram os efeitos das pílulas de cálcio em 1.471 voluntárias que já haviam passado da menopausa. As voluntárias foram divididas em dois grupos: o primeiro recebeu pílulas de cálcio e o outro grupo, placebo. A pesquisa concluiu que os ataques cardíacos ocorreram com mais freqüência entre as mulheres que receberam os suplementos de cálcio.
As pílulas são receitadas às mulheres que já entraram na menopausa para contribuir no combate à perda de densidade óssea. Um estudo anterior demonstrou também que o composto pode ser aliado importante na prevenção de doenças vasculares, por meio da redução dos níveis do colesterol no sangue. Na pesquisa de Auckland, porém, os pesquisadores constataram 36 ataques cardíacos em 31 mulheres que tomaram os suplementos, contra 22 ocorrências no grupo que ingeriu placebo.
As taxas de acidente vascular cerebral e morte súbita também foram superiores no grupo de mulheres que tomaram as pílulas de cálcio. "Parece sensato desaconselhar o uso da suplementação de cálcio às mulheres com idade superior a 70 anos e às mulheres com doença coronária já conhecida", disse o pesquisador Ian Reid, da Faculdade de Medicina, Ciências e Saúde da Universidade de Auckland. Em entrevista à rede britânica BBC, a especialista em coração Judy O'Sullivan, do British Heart Foundation, disse que é necessária uma investigação mais rigorosa sobre o resultado do estudo neozelandês.

Malhar no trabalho melhora produtividade

Um estudo da Universidade de Bristol, na Inglaterra, sugere que empresas que oferecem academias no ambiente de trabalho estão fazendo um bem não só à saúde física de seus funcionários, mas também à saúde mental. De acordo com a pesquisa, feita com 200 pessoas e publicada no Journal of Workplace Health Management, pessoas que se exercitam no trabalho são mais produtivas, felizes, eficientes e calmas.
Com o objetivo de analisar o impacto da oferta de academias e aulas de ginástica no ambiente de trabalho, os pesquisadores pediram aos voluntários que preenchessem pequenos questionários sobre seu estado de espírito, carga de serviço e nível de produtividade durante dias de trabalho em que eles decidiram se exercitar. Os dados foram então comparados com as respostas dos entrevistados em dias sem prática de exercícios.
Os cientistas observaram que 72% dos participantes reportaram uma melhora na administração do tempo nos dias em que se exercitavam. Quase 80% sentiu uma melhora na performance mental e interpessoal. Os entrevistados também conseguiram lidar mais calmamente com o estresse quando reservavam parte do dia para malhar, além de se sentirem mais motivados no trabalho.

Graças a Deus – e não a Darwin.

As escolas adventistas aparecem entre as melhores do país, mas ainda
sobrepõem o criacionismo à teoria da evolução



Aulas diárias de religião na pré-escola: antes de aprender a ler, as crianças já
sabem de cor as histórias do Velho Testamento


O ensino religioso remonta aos primórdios do Brasil colonial. Foram os padres jesuítas, patrocinados pela coroa portuguesa, os fundadores de algumas das primeiras escolas brasileiras no século XVI. A educação, no Brasil de então, se prestava basicamente a disseminar o catolicismo e arrebanhar fiéis. Nos séculos seguintes, outras ordens religiosas vieram movidas pelo mesmo propósito: elas esparramaram tantas escolas pelo país que, juntas, chegaram a concentrar 80% das matrículas do ensino médio nos colégios particulares, como revela um censo do início do século XX. Reinaram sem concorrência na elite do ensino até a década de 60, quando uma leva de escolas privadas começou a lhes roubar espaço, e elas tiveram de se reformular pela primeira vez para sobreviver aos novos tempos. Foi aí que os colégios confessionais se aproximaram dos laicos, ao se tornar menos doutrinários e desobrigar os estudantes de velhos hábitos, como ir à missa ou comungar. A segunda mudança nessas escolas é recente, e está sendo impulsionada por outro fenômeno de mercado: o surgimento de grupos privados de ensino, mais profissionais na gestão e tão ou mais eficientes nos resultados acadêmicos. Resume o especialista Claudio de Moura Castro: "Ninguém mais matricula o filho numa escola só porque ela ensina religião, como ocorria antes, mas, sim, por oferecer um conjunto de bons serviços".
É justamente nesse quesito que muitas das escolas confessionais têm falhado, segundo mostra uma nova pesquisa sobre o assunto. De acordo com os dados do Ministério da Educação (MEC), as matrículas nos colégios católicos chegaram a cair 20% ao longo da última década. Estabilizaram-se, mas hoje não saem do lugar. O trabalho revela que, no mesmo período, crescia a um ritmo surpreendente um outro tipo de escola religiosa: os colégios comandados pelos adventistas, egressos de um ramo protestante dos mais tradicionais da igreja evangélica. O fato chamou a atenção dos especialistas. Já são 318 dessas escolas no país, com 37% mais alunos do que dez anos atrás. Elas sobressaem em meio a milhares de outras não só porque proliferam rapidamente, mas também por seu bom nível acadêmico, aferido por medidores objetivos: algumas das escolas adventistas já aparecem entre as melhores do país nos rankings de ensino do MEC.



Jesuítas catequizam índios no Brasil colonial: predomínio do ensino religioso


Os especialistas são unânimes em afirmar que um dos fatores que impulsionam essas e as outras escolas religiosas que dão certo no Brasil são valores que os pais acreditam ver nelas reunidos. É algo difícil de mensurar, mas foi bem mapeado por uma nova pesquisa que ouviu 15 000 pais de estudantes brasileiros de colégios religiosos. Ao justificarem sua escolha por uma escola confessional, eles foram específicos: acham que esses colégios são mais capazes de difundir valores "éticos", "morais" e "cristãos" (mesmo que eles próprios não sejam seguidores de nenhum credo). Um exemplo concreto do que agrada aos familiares, no caso das escolas adventistas: o incentivo local ao convívio das crianças com a natureza. Em vários dos colégios, cachorros transitam livremente pelas salas de aula e, num deles, o contato estende-se ao Pequeno Éden, um pátio por onde perambulam pôneis e galinhas. Em Embu das Artes, cidade de São Paulo onde fica a escola que sedia o tal "Éden", a diretora explica que a idéia é reproduzir o "clima do paraíso". O que também agrada a pais de todos os credos são as regras conservadoras ali aplicadas, entre elas a proibição de brincos e colares, para as meninas, e cabelo comprido, para os meninos. "Quero minha filha num ambiente onde se cultivem a disciplina e os bons hábitos", resume a secretária Vanda Balestra, mãe de Ludmila, de 16 anos. A jovem é católica e compõe o grupo dos 70% de estudantes matriculados em escolas adventistas que não seguem a religião.



A estudante Ludmila Balestra: como ela, 70% dos alunos nos
colégios adventistas não seguem a religião


Em sala de aula, onde se acompanha o currículo do MEC, são basicamente dois os momentos em que essas escolas se diferenciam das demais. O primeiro é nas classes de religião, muitas vezes diárias, durante as quais são entoados, com vigor fora do comum, cantos bíblicos como "A Bíblia é palavra de vida / Um canto de amor que Deus escreveu para mim" e crianças de 4 anos, como a pequena Larissa Conrado, manuseiam a versão infantil do Velho Testamento. Outra diferença aparece nas aulas de ciências, nas quais os estudantes são apresentados, sem nenhuma espécie de visão crítica, à explicação criacionista do mundo, segundo a qual homens e animais foram criados por Deus, tal como está na Bíblia. Esse, sim, é um evidente atraso. Historicamente, o criacionismo vigorou no meio acadêmico até o século XIX, quando foi superado pela teoria da evolução de Charles Darwin, que pela primeira vez esclareceu a origem dos seres vivos com base em evidências científicas. Em escolas de estados mais conservadores nos Estados Unidos, ainda hoje o criacionismo predomina – e Darwin é banido do currículo. No caso dos colégios adventistas brasileiros, as crianças aprendem as duas versões. A diretora de uma das escolas, Ivany Queiroga da Silva, explica como a coisa funciona: "Deixamos claro nosso ponto de vista, criacionista, mas damos a chance de os alunos conhecerem os dois lados". Por quê? "Respeitamos todos os nossos clientes. Além disso, eles precisam conhecer Darwin para passar no vestibular."





O Pequeno Éden, numa escola adventista de São Paulo: a idéia é reproduzir o
"clima do paraíso" no pátio


Esse pragmatismo dos adventistas é outro fator que ajuda a explicar o sucesso de suas escolas. Enquanto muitos dos colégios católicos ainda são administrados de modo mais antiquado, tal qual um século atrás, os adventistas implantaram um novo conjunto de medidas para profissionalizar a gestão. Do primeiro colégio, inaugurado em 1896 na cidade de Curitiba, foi-se das aulas dadas por pastores no quintal da igreja às atuais unidades, nas quais diretores freqüentam cursos superiores de administração escolar e os melhores professores recebem bônus no salário. Reconhecidos pelo mérito, eles rendem mais em sala de aula – algo básico, mas ainda raro no Brasil. Para traçarem seu plano de expansão, os adventistas, que já são donos de seis universidades e uma editora de livros didáticos, também não hesitaram ao contratar consultores para definir "as demandas do mercado". Foi decisivo para saber onde abrir novas unidades. Em 2008, eles pretendem inaugurar uma universidade e mais vinte escolas. Conclui o professor Orlando Mário Ritter, um dos diretores da rede adventista: "Para nós, encarar a educação como negócio não é sacrilégio. Estamos, afinal, no século XXI". Falta ainda a essas escolas, no entanto, entender que o criacionismo foi superado pela ciência há mais de um século.





Guia Esqueleto em forma

Os médicos dizem que a osteoporose, aquela doença que provoca o enfraquecimento dos ossos, deve ser combatida desde a primeira visita ao pediatra. Eles estão respaldados naquilo que a ciência já concluiu: a prevenção na infância reduz em 30% o risco de uma pessoa sofrer desse mal na idade adulta.
Monica Weinberg
A doença preocupa por sua alta incidência – ela afeta 5milhões de brasileiros, a maioria mulheres na menopausa – e pelos riscos que representa para quem convive com ela. Quase todas as pessoas que sofrem de osteoporose são vítimas de fraturas, 25% delas fatais. O que também aflige os especialistas é o fato de essa ser uma doença silenciosa, que pode avançar rapidamente sem dar sinais de dor.
Por tudo isso, os médicos ouvidos por VEJA insistem na tecla da prevenção. Neste Guia, eles ensinam a pôr em prática um conjunto simples de medidas e ainda esclarecem seis das dúvidas mais freqüentes (e relevantes) sobre a osteoporose.
Ilustração Natalia Forcat
1 Minha mãe sofre de osteoporose. Devo começar a prevenção já? O risco de um dia desenvolver a doença é dez vezes maior. É justamente por essa razão que os médicos antecipam o primeiro exame de densitometria óssea, que tem por objetivo medir o nível de desgaste dos ossos. Todas as pessoas devem ser submetidas a tal exame ao longo da vida adulta. A diferença é que, nos casos em que a hereditariedade pesa contra o paciente, ele costuma ser feito pela primeira vez por volta dos 35 anos, em mulheres, e aos 45, nos homens – cerca de quinze anos antes do usual. Os especialistas advertem, no entanto, que medidas preventivas devem ser adotadas desde a primeira visita ao pediatra – por todo mundo (leia sobre prevenção).
2 Aos 20 anos, já quebrei o braço duas vezes. Será que tenho osteoporose? A fratura de ossos é, sim, um indicativo de osteoporose, mas a probabilidade de uma pessoa com menos de 30 anos sofrer da doença é de apenas 2%. Nessa faixa etária, ela decorre de outros males, como diabetes e hipertireoidismo, ou pode resultar do uso regular de alguns remédios, como a cortisona – mas nunca do envelhecimento natural dos ossos. Com um histórico de uma dessas doenças e dois braços quebrados, o médico provavelmente vai recomendar uma densitometria óssea, com base na qual poderá fazer um diagnóstico fundamentado em dados objetivos.
3 A pessoa nunca sentiu dores no corpo, mas mesmo assim foi diagnosticada a osteoporose. Há risco de erro no diagnóstico? Com o exame de densitometria – uma radiografia computadorizada que mede a quantidade de massa óssea –, a possibilidade de o diagnóstico falhar é praticamente nula. O fato de alguém com a doença nunca ter sentido dores é, afinal, natural e esperado: a osteoporose é mesmo indolor. A prática dos consultórios mostra que, na maioria das vezes, pessoas que se acham sofredoras da doença são, na realidade, vítimas de artrite ou artrose – esses, sim, males que causam dores intensas.
4 Diz a sabedoria popular que leite é o melhor remédio para os ossos. O que a ciência acha disso? Os especialistas concordam com o dito popular – e explicam por quê: o leite é um dos alimentos campeões em cálcio, cujo estoque no organismo tem papel fundamental na prevenção da osteoporose. Os cientistas concluíram que, por meio da ingestão de cálcio em quantidades adequadas (veja quadro), o corpo é capaz de fazer uma espécie de poupança dele até os 35 anos (sendo que mais de 90% desse estoque se dá até o fim da adolescência). A partir de então, o tecido ósseo não absorve mais o mineral com a mesma eficácia e o que foi armazenado na juventude passa a ser consumido com a perda (natural) de massa óssea. Para quem não tem reserva de cálcio, o processo será mais acelerado – e há maior propensão à osteoporose.
5 Suplementos de cálcio são bons preventivos? Em geral, os médicos preferem que o cálcio venha dos alimentos – e não dos suplementos – por dois motivos: ele é absorvido com mais facilidade pelo organismo e não provoca efeitos colaterais típicos dos suplementos, como prisão de ventre e azia. Os suplementos são indicados, portanto, só quando não se pode prescindir deles: em casos de alto grau de desgaste dos ossos, osteoporose já diagnosticada, intolerância à lactose ou uso prolongado de cortisona. Para essas pessoas, o cálcio em pílulas é a garantia de que não vão deixar de ingerir uma dose diária mínima do mineral, sem a qual a doença certamente evoluirá em ritmo mais acelerado. Sem tal suprimento, também, nenhum dos tratamentos contra a osteoporose irá adiante.
6 A densitometria óssea mostrou que meus ossos estão perfeitos. Preciso fazer um novo exame mais adiante? Sim. A perda de massa óssea pode se dar num ritmo tão acelerado que, num intervalo curto de tempo, ossos saudáveis apareçam desgastados – e por isso se recomenda o monitoramento constante. Em geral, as mulheres devem fazer o primeiro desses exames depois da menopausa e os homens, aos 60 anos. A partir de então, em ambos os casos vale a pena repetir a dose a cada dois anos.


Fontes consultadas por VEJA: Luiz Henrique de Gregório, presidente do Densso – Centro de Diagnóstico e Pesquisa da Osteoporose; Marise Lazaretti Castro, diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia; e Tarcísio Pessoa de Barros, professor da Faculdade de Medicina da USP

Educar e criar

Na educação o objetivo de todo profissional é ser o melhor possivel para que o aluno aprenda sabendo e não copiando. Esse é o objetivo de todos, porem por causa da tecnologia infelismente não conseguimos dar continuidade a essa metodologia porque os alunos preferem ultilizar do CRTL+C e CRTL+V para facilitar suas vidas e regredir seus conhecimentos.